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UMA OU DUAS HORAS POR DIA

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A Mariah foi para o Canadá para começar a filmar Glitter e começou a trabalhar no álbum ao mesmo tempo. Quase imediatamente, o financiamento do filme foi cancelado. Ela estava trabalhando o tempo todo e acho que ela sabia que tinha entrado numa fria, sobrecarregada. Ela tinha que ser a própria manager, administrar o pessoal e artistas envolvidos, e tentar lidar com todo o resto ao mesmo tempo. Quando ela estava com a Sony, havia uma equipe. Mas com a Virgin, a gravadora estava olhando para Mariah e perguntando: “Como devemos lidar com esse projeto?”

Merda. Desta vez, eu odiei estar certo. Na próxima vez que ela ligou, respondi.

“Eu não durmo faz dois dias”, disse ela. “Eu não comi. Eu tenho que gravar o vídeo de ‘Loverboy’ e terminar o disco e eu só tenho três músicas prontas. Tenho que terminar tudo em um mês, e ainda por cima estamos filmando já”. Eu apenas escutei. Parecia desesperadamente cansada. Exausta. Então ela se rendeu. “O selo não sabe o que eles estão fazendo.” Eu disse: “Eu sei que o selo não sabe o que eles estão fazendo. Nancy Barry (a cabeça da Virgin na época) me ligou e me perguntou como eles deveriam lançar o Glitter.”

Por um lado, pensei: “Por que todos estão me ligando?” Mas a Mariah era minha melhor amiga, e apesar de estar com raiva de não ter me escutado, suplicando que ela não assinasse com a Virgin ou fizesse o filme, eu tinha que ajudá-la. Pra mim, o resto vem em segundo lugar quando os amigos precisam da minha ajuda. Dito isto, ir para o Canadá não era tão fácil. The Power estava sem um diretor de programa na época e eu basicamente estava no comando da estação. Eu também estava negociando um novo contrato com a Emmis da Hot 97, para trabalhar com o Dre, Eminem, Bone e várias outras coisas que estavam me oferecendo. Felizmente, consegui um acordo no qual eu não precisava estar fisicamente na estação oito horas por dia cinco dias por semana. Por um lado, isso foi bom. Por outro lado, não foi porque sem essa disciplina eu não tinha limites. Foi quando o meu problema com álcool começou a escalar. Eu, também, estava trabalhando demais, e às vezes quando as pessoas fazem isso, um efeito colateral surpreendente e sem sentido é a insônia. Apesar da exaustão. Eu precisava beber até um estupor na noite apenas para adormecer.

Quando eu finalmente vi a Mariah, eu estava preocupado com ela. Ela estava destruída. No entanto, como eu, estava tão agitada que não conseguia ver coisa com coisa. Eu sentei e brinquei com ela um pouco e ela se acalmou. Mas chegou ao ponto em que ela só podia adormecer se eu estivesse no quarto. Levavam tantas buchas pra ela resolver que eu acho que ela sentia como se não pudesse deixar sua guarda baixar. Um assistente, um advogado, qualquer um, podia entrar em qualquer momento, 24 horas por dia, e isso a deixaria estressada. Então eu decidi estar lá. Eu me tornei um cão-guarda.

Eu sabia que era um relacionamento perigoso. Houve momentos em que pensei que poderia deixar minha carreira de rádio e desistir de produzir música e estar com ela para sempre. Mas esses sentimentos nunca duraram muito. Nós conversamos sobre isso. Uma vez, a Mariah disse que “este negócio arruína as minhas amizades. Não deixe que a nossa também se arruine”. Mas eu sabia que ia. Tive a sensação de que, em algum momento, ela não precisaria mais de mim. Além disso, esse relacionamento unilateral não era saudável para nenhum de nós.

Mas no momento, estava disposto a fazer qualquer coisa por minha amiga. A Mariah não tinha como resolver um problema por completo, compreensivelmente. “Estou tendo muitos problemas para fazer esse som acontecer”, disse ela. “Loverboy” não está pronto. Tenho que trazer o Busta Rhymes para fazer uma faixa… e… e não consigo fazer tudo. Preciso da tua ajuda.”

Eu disse: “Diga-me o que você quer que eu faça e eu faço”.

Ela disse: “Vou assinar um cheque para você supervisionar o projeto. Você pode ser o produtor executivo da trilha sonora Glitter?”

“Tudo o que você precisar, Mariah. Estou aqui para você, você sabe disso”.

Eu tentei lidar com o que estava acontecendo em termos de música. Fui ver Ludacris no Westlake Studios alguns dias depois. Ele estava muito feliz por participar da faixa. “Cara, você sabe que você chegou lá quando participa de um som da Mariah Carey”. Pedi que me deixasse ouvir o que já tinha gravado e ele tocou um sample do Cameo, que depois se transformou em Loverboy.

Mas a faixa me deixou muito preocupado. Era uma bagunça. Havia Ludacris e uma artista que ele estava tentando lançar, Shawnna. E Da Brat tinha uma parte, junto com um artista que estava tentando lançar, chamado 22. Era demais.

Liguei para a Mariah e contei-lhe o que eu pensava. “OK. Você está começando em um novo selo. Você está fazendo uma trilha sonora para um filme independente, que ninguém espera. E você tem dois grandes artistas e dois artistas não estabelecidos na faixa”.

Ela disse que queria ajudar a lançar novos talentos. Eu achei isso muito legal da parte dela, mas falei que ela estava em terras desconhecidas ainda e que isso seria demais, muito cedo. Assim como fazer o filme e tudo mais ao mesmo tempo. Mas é o que Mariah queria e eu decidi, então, ficar no meu canto e fazer o que podia.

Eu fui a Nova York para pegar os vocais do Busta para a faixa “Last Night A DJ Saved My Life”. Não foi tarefa fácil, em termos de tempo e dinheiro. Mas eu cuidei disso. Eu estava indo e voltando como um louco. Era New York um dia e depois L.A. no próximo. Era horrível. E, tenha em mente, eu ainda estava trabalhando na Power e na Hot 97. O álbum do Dr. Dre que eu trabalhei “Chronic 2001” estava explodindo. Estava trabalhando também no álbum do Nate Dogg e tinha outros projetos paralelos. Era enlouquecedora a quantidade de coisas que estavam rolando. Muita merda estava acontecendo, e a Mariah estava exausta. E eu também!

Quando chegamos à gravação do vídeo de Loverboy, algo claramente ia explodir. O nível de estresse da Mariah estava mais que evidente. Ela tinha uma ou duas horas de sono a cada 24 horas – geralmente entre as tomadas. Ela não estava comendo ou bebendo. Ela não podia, pensava ela, ter uma pausa de cinco minutos ou o mundo inteiro que ela criara iria cair.

Certo momento, ela me disse: “Eu não comi desde eu não sei quando”. Mandei um assistente comprar um sanduíche, mas a Mariah estava tão estressada que ela simplesmente não conseguia comer. Eu estava preocupado com ela. Ela ficava alegre e ganhava vida quando precisava na frente das câmeras, mas depois colapsava em uma cadeira e continuava trabalhando. “Eu tenho que voltar para New York”, disse ela ao fim das gravações. “Eu tenho que mixar mais uma faixa…”

 

Damion “Damizza” Young – Guilty By Association

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