Para uma mulher com uma das vozes mais tecnicamente surpreendentes da
música Pop, Mariah Carey, as vezes, parece ser um tanto quanto perfeccionista. Mas quem poderia culpá-la, já que ela foi a inspiração para muitos, primeiro, por ser e parecer tão perfeita, depois por mesclar Hip-Hop com música Pop, que a coloca em um patamar capaz de ser aclamada por uma multidão.
Então, o que é mais impressionante sobre o novo álbum de Carey – intitulado de “Me. I Am Mariah…The Elusive Chanteuse” (O álbum recebeu três estrelas e meia, de quatro) e agora está em streaming no iTunes Radio, antes de seu lançamento no dia 27 de maio – é o quão relaxada e confiante ela parece. Foi essa auto-consciência que marcou o seu último álbum de estúdio, de 2009, “Memoirs of an Imperfect Angel”. Em vez disso, Mariah dá a impressão de que suas únicas preocupações são em encontrar seus próprios critérios, e os dos fãs, que ficaram ao lado dela em todos os momentos.
As baladas tenras e dolorosas e canções enérgicas contidas no álbum, marcam o retorno de uma fórmula antiga, mas também revelam novas nuances, particularmente encontradas nos vocais. Os melismas muito bem entoados e as notas agudas continuam presentes, mas Mariah passa grande parte do tempo usando notas mais suaves e inferiores para transmitir sensação de forma simples e direta.
Faixas como a triste “Cry.”, e a sonhadora “Supernatural”, que é ultra maternal e amorosa, e ainda conta com a participação dos filhos da cantora com Nick Cannon, os gêmeos Monroe e Moroccan, mostram as texturas suaves e cruas em sua voz, enquanto mantém o foco em sentimentos e não no visual. A arrepiante “Camouflage”, co-escrita e co-produzida por Mariah e Big Jim Wright (outras colaborações incluem parceiros de longa data como Jermaine Dupri e Rodney Jerkins), mostram suas performances que são agregadas à coros gospel.
Há também um cover de George Michael, a faixa “One More Try”, que ganhou notas mais agudas, e a irritante “Meteorite”, que começa com uma frase de Andy Warhol, dizendo que todo mundo será famoso por 15 minutos – o que parece ser mais verdade hoje em dia do quando ele disse, ou quando a carreira de Mariah começou, há 25 anos atrás. Indescritível ou não, essa cantora é uma sobrevivente, e isso é algo raro no cenário instável da música Pop dos dias de hoje.