Há exatos 15 anos, a canção “Heartbreaker”, lead single do 6º álbum de estúdio de Mariah Carey, “Rainbow” (1999), subia ao topo do pódio do Hot 100 da Billboard, a parada musical mais importante e respeitada do mundo, dando à Mariah seu 14º single na primeira posição do chart – tudo isso em apenas 10 anos! Para celebrar, a Billboard fez uma matéria (que você lê abaixo) para comemorar esse grande sucesso.
A canção, que abocanhou o primeiro lugar no dia 09 de Outubro de 1999 e que tem a participação do até então iniciante Jay-Z, talvez seja, de todos os seus hits, o que melhor demonstra sua capacidade de poder ver além, sentindo a mudança do cenário Pop e mudando com ele. O poder da voz de Mariah está muito bem documentado e quase inigualável, mas uma voz tão poderosa por si só não lhe dá 14 sucessos número 1 em 10 anos.
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Ao longo dos anos 90, o R&B se aproximou do Rap em forma e conteúdo. Enquanto muitos hitmakers resistiam ao Rap, Carey teve um papel importante nessa transição. Ol ‘Dirty Bastard apareceu em um remix para “Fantasy”, Bone Thugs-N-Harmony participaram de seu hipnótico single “Breakdown”, do álbum “Butterfly”, lançado em 1997, e de quebra, os samples sempre foram interessantes para as músicas de Mariah.
Mas “Heartbreaker” foi o primeiro grande single de Mariah com a participação de um rapper em seu lançamento inicial (Os rappers de “Fantasy” e “Honey” aparecem somente na versão remix do single). Ela também demonstrou sua habilidade Pop, dando uma assistência para Jay-Z, que estava começando uma escalada para a dominação Pop. Carey graciosamente levou ele junto ao topo dos charts; Jay-Z não sentiria o gostinho de estar no Top 10 novamente até 2001.
O remix de “Heartbreaker” a empurrou ainda mais para o mundo das misturas de gêneros. Ela convocou duas rappers, Missy Elliott e Da Brat, e sampleou mais um Rap, refazendo a batida de uma faixa de 1993, de Snoop Dogg.
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“Heartbreaker” não só se destaca no contexto das tendências do Pop, mesmo que tenha uma abordagem vocal diferente para Mariah.
Cantoras de seu calibre costumam fazer das baladas algo essencial. E, obviamente, cantar baladas é algo inteligente da parte de Carey – que eleva o seu pontencial à pontos cada vez mais altos, sempre escalando, para se envolver em corridas melismáticas e deleitar-se com a extensão de sua voz.
Mas o que torna “Heartbreaker” algo surpreendente no catálogo de Mariah Carey, dos anos 90, é a sua contenção. A Rolling Stone comparou “Heartbreaker” e “Fantasy”, alegando que ambas têm samples de músicas do gênero New Wave Funk do início dos anos 80 – “Attack of the Name Game”, de Stacy Lattisaw, e do Tom Tom Club, “Genius of Love”, respectivamente.
Carey atinge notas altas em “Heartbreaker” (que nem precisávamos dizer), mas a música se parece mais com “Rock The Boat”, da Aaliyah, uma onda suave de um estilo musical que se seguiu em 2001. “Fantasy” é uma música alegre, uma explosão de energia. “Heartbreaker”, no entanto, é suave nas bordas – e trágica no meio.
No vídeo da canção, que teve um orçamento milionário, Mariah dá uma lição em seu namorado galinha dentro de uma sala de cinema, e tem uma briga épica com outra garota dentro do banheiro. A briga de Mariah com seu alter-ego, interpretada por ela mesmo, dramatiza de forma engraçada a sua luta interna com a dominação Pop na virada do século.
Ninguém se compara à Mariah dos anos 90 – ela lançou a maioria de seus hits que se tornaram #1, além de 7 álbuns nessa mesma década. Mariah continuou a ser bem sucedida depois do sucesso de “Heartbreaker”, mas parte do sucesso dessa música reside no importante impacto que ela teve para definir o modelo de sucesso de uma artista que consegue se adaptar com o tempo – um modelo que ainda é vivo na música Pop atual.
A Billboard aproveitou a matéria para fazer uma enquete: qual o seu single favorito de Mariah Carey, que foi #1 no Hot 100? Até agora, “We Belong Together”, de 2005, lidera com uma longa vantagem do segundo lugar, “Always Be My Baby”, de 1996.
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