A atual turnê de Mariah Carey na Ásia e Oceania, “The Elusive Chanteuse Show”, começou com notícias sombrias, os especialistas disseram que a cantora não conseguia mais atingir a suas famosas notas agudas durante os concertos que ela fez início do mês na Coreia e Japão.
Enquanto alguns opositores foram à loucura, crucificando a carreira musica de Mariah Carey, aqueles que ela carinhosamente chama de “lambs” foram ágeis em defendê-la, dizendo que sua recente separação de Nick Cannon, provavelmente teria deixado Carey sob uma enorme tensão emocional e mental, que este não seria um bom momento para ela sair em turnê.
Mas o que aconteceu na verdade com a cantora foi a falta de prática, nada mais que isto. Ao passar de cada concerto, Carey – que não se apresentava ao vivo há quatro anos – de uma forma constante ela recuperou o equilíbrio. Até o momento que ela pisou na Mall of Asia Arena, nas Filipinas, aparentemente, Carey tinha recuperado o seu controle vocal, que é a sua marca registrada e mostrou que é a maior diva do mundo.
A atmosfera estava elétrica, mesmo antes das luzes se apagarem. Haviam vários grupos de fãs eufóricos, entusiasmados demais. Tinham também várias covers que se vestiam igual a cantora por lá. Bem na frente do palco, estavam os membros do fã clube oficial local da cantora, usando uma camisa com uma foto de Carey e girassóis de plástico nas mãos.
Depois do número de abertura feito por seus bailarinos ao som de “Across 10th Street” do Bobby Womack, a cantora fez uma abertura de tirar o folego com “Fantasy”. Carey, que usava um vestido decotado, exibiu suas curvas no palco e deixou a multidão histérica, elevando os decibéis a potência máxima.
Com os pés de volta ao chão, os “lambs” tiraram as suas câmeras digitais do bolso para filmar as notórias apresentações de “Touch My Body” e “Shake It Off”. Carey pode não ser a rainha da dança, ela dança um pouco estranho, é até sem jeito. Mas naquela noite, ela parecia muito confiante e tudo o que ela fazia tinha muito glamour, suas mãos se mexiam freneticamente, especialmente quando ela acenou para o público. Foi aí que ela fez uma pausa, sorriu e fez aquelas notas agudas.
Mas o primeiro teste real de Mariah surgiu: Quando ela cantou o seu single número 1 de 1991, “Emotions”, que é uma de suas canções mais difíceis, que lhe exigia acertar as notas mais altas de seu alcance vocal. Ela cantou em um tom mais baixo, mas os vocais estavam sólidos, como diz a música, “Intoxicated, flying high,” (Intoxicados, voando alto), e deixando a multidão à loucura, cantando junto com ela em coro, parando apenas para ouvir os lendários whistles, que estavam em sua melhor forma. Especialmente no trecho: “But I like the way I feel… inside.”
Carey também fez um trabalho decente ao cantar “My All”. A voz de peito diminuiu, impedindo que se jogasse ferozmente na canção, como foi originalmente planejado, mas ela fez um caminho de acordo com as suas atuais limitações, aprimorando o seu fraseado e arrasando nos improvisos. E, cada vez que tinha que ir para um grande climax, a antiga Carey dos anos 90 voltava, invadindo com uma enxurrada de melisma, uma de suas marcas registradas.
Em seu auge vocal, na década de 90, Carey poderia fazer praticamente qualquer coisa com sua voz. Pois ela tem uma gama extensa, alegadamente, cinco oitavas – isto significada que ela poderia tanto cantar nas notas mais baixas como nas mais altas. Seu belting era incrível. Mas o melhor de tudo foram as precisas transições vocais. Ela podia cantarolar, sussurar atingir as notas mais altas ao mesmo tempo.
Embora estes aspectos da voz de Carey terem compreensivelmente se desgastados com o passar dos anos, por excessivo uso ao vivo, uma qualidade que ainda se mantém é o seu tom lindo e nítido, que ela exibe em improvisações charmosas e aleatórias, como fez no irreverente desempenho de “Fly Like a Bird”.
Mas a sua interpretação de “I’ll Be There“, hit do Jackson 5 que também ficou imortalizado em sua voz, foi facilmente o melhor da noite – e não porque ele foi executado de melhor forma, mas sim porque ela mostrou o seu lado palhaçada e brincava com as notas vocais fazendo piadas. A química vocal entre Carey se seu amigo de longa data, Trey Lorenz é indiscutível,e o dueto terminou com uma brincadeira musical deliciosa.
Embora Carey, vencedora de cinco prêmios Grammy, ter cantado ao vivo boa parte da noite durante as 18 músicas, ela parece ter usado vocais pré- gravados nas apresentações de “Cry”, “Supernatural”, “#Beautiful” e “Honey”. Apesar de tudo estar perfeito, nós procuramos alguns defeitos para não ficarmos entediados. As pausas do concerto eram muito longas, quase entediantes, somente para ela trocar de roupa.
Como nada é perfeito, no entanto, Carey sustentou as notas e o impulso ao executar “Meteorite”, faixa de seu novo disco de sucesso moderado, “Me. I Am Mariah… The Elusive Chanteuse”. Que foi sobreposto por sua próxima música, o clássico atemporal “Hero”, a batida dançante de “Meteorite” foi um contrate muito grande com as doces baladas que ela estava acostumada a fazer.
Mariah também arranhou o idioma do país, dizendo que amava os seus fãs presentes na noite. No meio de “Hero”, um fã subiu ao palco e lhe deu um grande buquê de flores, que foi aceito alegremente pela cantora. “Estou me sentindo como uma Miss Mundo depois deste presente”, brincou a simpática e acessível cantora, antes de prosseguir com a próxima música.
Depois disto, ela seguiu com a canção de maior sucesso da década passada, a sua “We Belong Together”, Carey levou a plateia a loucura e depois disto, ela fez o número final com o seu grande hit, “Always Be My Baby”, cuja atemporalidade desta canção é uma prova de seu talento como compositora e produtora. Carey passou à frente de Elvis Presley e tornou-se a artista solo que mais possui canções em primeiro lugar no Hot 100 da Billboard, 18 músicas, ficando no geral somente atrás do Beatles.
Embora a voz de Carey ter se tornado um instrumento frágil e inconstante, Carey mostrou que show em Manila (patrocinado pela Wilbros), que ela ainda pode oferecer um espetáculo agradável com ótimas apresentações vocais ao vivo – apesar de não estar no nível dos anos 90, mas ainda é bom suficiente para relembrar os fãs da música que ela ainda não chegou ao fim de sua carreira.