O portal australiano The Sydney Morning Herald, fez um review sobre a apresentação de Mariah Carey na “The Elusive Chanteuse Show” em Sydney, que aconteceu ontem, 10 de novembro. Confira abaixo:
Por Joel Meares
Há uma cena famosa no vídeo de “Heartbreaker”, gravado em 1999 em que “duas Mariahs” brigam no banheiro do cinema – uma delas (que se chama Bianca), tem o cabelo escuro e liso e carrega um cãozinho da raça Lulu da Pomerânia na bolsa. A outra é a Mariah de cabelos claros e barriga de fora que nós amamos e torcemos.
Me lembrei dessa cena durante o show de Sydney na segunda-feira por dois motivos. Primeiramente, porque Mariah nos fez realmente ver a cena na íntegra no telão gigantesco que é parte do cenário do show, enquanto ela estava ao lado do palco observando (três Mariahs ao mesmo tempo foi sem dúvida um destaque delicioso para os super fãs que estavam na plateia). E em segundo lugar porque o show em si foi uma fábula com duas Mariahs.
Em Janeiro do ano passado, Mariah esteve em Sydney com seu show, que foi realizado na Allphone Arena. Embora eu particularmente tenha gostado das atitudes excessivas de Diva durante aquele show – em um determinado momento, Mariah pediu que trouxessem champagne e que se não chegasse em até 1 segundo e meio todo mundo seria demitido – muitos críticos tiveram problema com o fato de que Mariah ficava pouco tempo no palco, e quando estava nele, ficava jogando conversa fora sobre assuntos como passeios no zoológico.
Naquela época, Mariah parecia mais tolerante e o show meio perdido. No entanto, essa semana Mariah estava com uma perspectiva totalmente diferente: formidável, profissional, uma Diva com todas as letras.
Começando o show com o clássico de 1995, “Fantasy”, usando um dos três vestidos elegantes da noite, Mariah estava totalmente no controle da platéia (melhor cartaz da platéia: “Dei o seu nome para minha filha, posso ganhar um abraço?”). Ela deu conta do recado em “Emotions”, acertando as notas agudas sem o menor esforço, acabando com as dúvidas de que seu instrumento de trabalho não estava mais em boas condições. Mais tarde, em “Cry.” e “Fly Like A Bird”, ela mostrou que é tanto uma intérprete quanto uma técnica vocal, balançando os braços enquanto mergulhava no lado mais obscuro das canções, para exibir uma entrega explosiva.
A produção estava mais organizada esse ano: dançarinos, backing vocals e a banda estavam em perfeita forma, e o diretor musical James “Big Jim” Wright tornou o que poderia ser uma rotina de troca de figurinos em um truque fabuloso, brincando com o piano com tanta habilidade que quase roubou a cena.
Ainda vi um resquício da Mariah que tinha visto há quase dois anos. Ela falou cantando com a plateia, por exemplo, cantando “Eu também te amo”, para um fã, quando ela poderia apenas ter dito isso – pelo menos para ser eficiente. Mais pra frente ela falou cantando novamente, “Obrigada por me animar essa noite”, depois de admitir estar meio pra baixo nos bastidores.
Uma montagem com personalidades famosas durante o hino “Hero”, que é sua assinatura, também deixou as pessoas de boca aberta: é difícil ver que Nelson Mandela, Marilyn Monroe, Steve Jobs, Oprah Winfrey e Abraham Lincoln pertecem a algum lugar juntos além de uma enciclopédia ou em alguma página com frases famosas deles.
Mas essas peculiaridades fazem parte do charme de Mariah, e uma das muitas razões que seus fãs – que faziam muito barulho em sinal de aprovação durante o show – vão enfiar a mão no bolso de novo se ela voltar em 2015. Qual Mariah eles vão acabar pagando para ver?