O jornal inglês The Guardian, fez um review sobre a apresentação de Mariah Carey em Sydney, na Austrália, com a “The Elusive Chanteuse Show”, no dia 10 de novembro. Confira abaixo:
A rainha do R&B e de execuções de melismas de arrepiar os cabelos, admite estar triste, mas ainda atinge todas as notas agudas.
Por Shuk-Wah Chung
Mariah não precisa dançar. Ela não precisa de figurinos malucos ou de adereços elaborados como Miley, Katy ou Taylor. Mariah simplesmente existe.
Você pode ter zombado da diva que ela encarna no palco, mas sua influência se tornou tão grande que ela se tornou uma categoria própria. Como o jornalista Sean Daly, do St. Petersburg Times, escreveu uma vez: assistir a qualquer reality show musical nos dias de hoje é se deparar com três tipos de testes: as crianças talentosas, as crianças estranhas e as Mariahs.
E assim foi na parada da “The Elusive Chanteuse Show” em Sydney, que levou legiões de fãs para ver Mariah. Não há alardes, apenas o famoso whistle, e com 43 anos (ou 44, ou 45, dependendo das fontes), a pergunta que não quer calar é: ela ainda é capaz de alcançar as notas agudas que são tão perfeitas?
Depois de um atraso de quase 30 minutos, um vídeo de Ol ‘Dirty Bastard apareceu no enorme telão atrás da banda. A batida ecoou, a multidão foi à loucura, um mar de telefones iluminou a arena e vibrou com “Sweet, sweet fantasy, baby…”.
Usando um vestido preto transparente, os cabelos dourados emolduravam seus seios fartos e Mariah andava no palco de um lado para o outro, acariciava seu corpo, parava na frente de ventiladores estrategicamente colocados para dar a impressão de um cabelo esvuaçante e dançava o mínimo possível, enquanto dançarinos davam piruetas, cambalhotas e se encarregavam da maioria dos passos de dança.
E, em seguida, o público viu por que razão a sua energia física teve de ser preservada: a terceira música do show foi “Emotions”, Mariah executou perfeitamente o seu lendário whistle – algo tão perfeito que causaria inveja em qualquer pessoa.
Em “Cry.”, canção de seu mais recente álbum “Me. I Am Mariah…The Elusive Chanteuse”, ela foi acompanhada por um dançarino bonitão – um sósia do 2Pac que a ergueu sobre um piano como uma cantora de jazz sensual. Ela cantava enquanto ele fazia piruetas em torno dela e um vídeo pré-gravado em preto-e-branco dos dois passava ao fundo (evidentemente, a queda que ela tinha por vídeos do tipo soft porn na década de 90 não diminuiu).
Teve o medley de hits, incluindo “Honey”, “We Belong Together” e uma versão de “Hero”, que era acompanhada por vídeo em tributo – meio confuso – a celebridades (James Brown, Marilyn Monroe) e líderes mundiais (Nelson Mandela, Martin Luther King) intercaladas com fotos de bombeiros e trabalhadores de ajuda internacional que lembrava um anúncio da Unicef.
Quando ela se dirigiu à multidão, ela admitiu “sentir-se triste” antes de pisar no palco, mas agora ela estava apenas feliz por “estar próximo de pessoas que se importam”.
Ao cantar “My All”, ela gaguejou um pouco, mas como muitos erros antigos de sua carreira – “Glitter”, “Charmbracelet”, Eminem – ela se redimiu instantaneamente com um falsete aqui, um vocal sussurrante lá e uma suave carícia das suas famosas curvas.