Antes de ler qualquer coisa, ouça o vídeo abaixo!
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Isto é a uma versão do clássico natalino de Mariah Carey, All I Want For Christmas Is You em uma versão que provavelmente você nunca tinha ouvido antes. No ínicio desta semana, alguém converteu o áudio original da música para uma versão em MIDI – uma forma de gravar o som digitalmente – e postou no Tumblr.
Outro blogueiro compartilhou a canção um pouco frustrador: “Eu estou me jogando na parede, porque eu ainda posso ouvir a linha vocalde Mariah ali, mas eu não sei de verdade como conseguiram converter a música para MIDI.”
A voz de Carey parecia está lá, mesmo que ela não estivesse – o padrão da música em MIDI é simples, ela não pode capturar a riqueza da voz humana (ou de qualquer outro instrumento real).
O post gerou milhares de notas e intensa curiosidade. Aqui na New Scientist nós estamos de comum acordo: Nós juramos que podemos ouvir um fantasma cantando os versos de Mariah Carey ao fundo da música. Na verdade, o que está acontecendo?
Diana Deutsh, uma psicóloga da Universidade da Califórnia em San Diego acha que já pode solucionar o nosso problema. Ela é especializada em ilusões auditivas: truques de som que fazem as pessoas ouvir as palavras ou melodias que não estão presentes em um audio.
E então, eu mostrei para Deustch o áudio a versão em MIDI e ela me respondeu: “Na verdade, eu não consigo ouvir a voz de Mariah aí.”
Na verdade, Deutsch nunca tinha se interessado ouvir a versão original da música. É por isto que a ilusão auditiva funcinou para mim e não para ela. É um exemplo que os psicólogos chamam de processamento de cima para baixo, quando o cérebro usa informações que ele já tem para tentar compreender o mundo em torno dele.
Bom, eu já conhecia a música, então o meu cérebro já tinha um modelo dela salvo que poderia coincidir com os novos sons, sendo assim, preenchendo os vocais inexistentes, e transformando as minhas expectativas em forma de minhas percepções.
“Isto deve ser um forte exemplo de você já ter o modelo pronto em sua mente, e, em seguida, você estar invocando ele,” disse ela. “Parece que o cérebro abomina ambiguidade e quer dar sentido as coisas, é por isto nós criamos para nós mesmos os preceitos de coisas que realmente não está lá.”
MIDI Mariah
Assim como o áudio de Carey, o áudio de Staying Alive do Bee Gees também foi convertido em MIDI. As pessoas que nunca tinha ouvido a música antes disseram que não conseguiam ouvir a voz ao fundo na sua primeira audição. Mas quando elas ouvir a música original e, em seguida, voltaram para ouvir o MIDI, as vozes de repente pareciam surgir ali.
Nosso especialista interno também avaliou a o MIDI de Mariah Carey, ele também não tinha ouvido a música de Mariah, então, ele também não conseguia ouvir a voz dela no MIDI.
Este processamento do nosso cérebro é a nossa vantagem, disse Petr Janata, neurocientista da Universidade da Califórnia. Faz os seres humanos e animais mais sensíveis a serem previnidos de todas as ameaçãs ao redor deles.
“Existem um valor muito grande em você ter a base de conhecimento prévio”, disse ele. “É o papel que o sistema nervoso em geral para aprender e perceber a interagir com os ambientes em que eles se encontram.”
Preparado para ouvir as palavras.
O que pode ajudar é que a maioria das pessoas que ouvem este clipe já estão acostumados a ouvir a versão original de Mariah Carey cantando, eles conseguem ouvir a música tocando somente ao ler o título da canção antes, mesmo sem ela de fato estar tocando.
Ele compara o efeito de ilusão auditiva de Carey para o fenômeno de pessoas que dizem ouvir mensagens ocultas em músicas tocadas ao contrário. Como algumas pessoas dizem ouvir em Stairway to Heaven do Led Zeppelin quando ela é executada de forma reversa.
“Quando eu reproduzi novamente, eu senti que ouvia apenas a voz de Mariah soprada ali.”, disse ele. “Mas é realmente apenas o nosso cérebro querendo impor esta interpretação, escolhendo a evidência viável no sinal de que precisamos conformar e apoiar as nossas expectativas.”
Em outras palavras: nós só ouvimos o que queremos ouvir.
Fonte: New Scientist