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Mariah Carey deu uma entrevista para a Style Magazine do Reino Unido, para falar sobre sua nova turnê que deu o pontapé inicial em Glasgow. A cantora falou sobre o documentário que está gravando, os filhos, infância e vulnerabilidade. Confira abaixo:

Em turnê pelo Reino Unido pela primeira vez desde 2003, Mariah Carey tem um encontro à meia-noite com Chrissy Iley para falar sobre música, amor e seu terceiro casamento – com o bilionário australiano James Packer.

Há um grande número de pessoas na casa de Mariah Carey – uma mansão grandiosa em um condomínio fechado de Los Angeles. Há uma equipe de filmagem, maquiadores, fotógrafos, governantas, empresária, assistentes, figurinistas e pessoas levando coisas de um lado para o outro. São 22:00.

Lá fora está escuro e tranquilo demais, dentro, está movimentado com a preparação para sua turnê europeia Sweet Sweet Fantasy. Toda a preparação e todos os aspectos da vida de Carey estão sendo filmados para um documentário.

Ela passa por mim em um vestido assinado por Tom Ford. Todos os outros na casa, incluindo sua glamourosa empresária, parecem estar usando Louboutins. Me disseram para esperar. Então eu espero.

Fico observando as fotos de Carey e de seus filhos, Monroe e Moroccan e percebo que não há fotografias de seu ex-marido Nick Cannon e nem de seu noivo James Packer. Digo eu preciso sair à meia-noite, sabendo que há pouca chance disso acontecer.

Quando eu me recusei a ser filmada, isso não caiu muito bem. Carey disse com sua voz aveludada: “Por que você não quer ser filmada, Chrissy?” Porque eu quero intimidar, não ser parte da performance. Ela pediu para que eles saissem. Ela parecia aliviada por não ser examinada pelas lentes também.

Por que todas essas pessoas em sua casa? “Eu quero que as pessoas vejam a coisa toda. Estamos bem ocupados agora, e aconteceu de eu estar na agenda noturna essa noite”. Na verdade, a comunicação com ela durante o dia tem sido impossível – não porque ela é uma diva, mas porque ela estava simplesmente dormindo. “Eu durmo durante o dia, mas não todos os dias por causa das crianças, por isso é um pouco esporádico. Preciso dormir, e então eu durmo. Eu sempre fui uma pessoa da noite. Quando eu tinha seis anos de idade eu não conseguia dormir. Começou aí. Ficava acordada a noite  toda e isso foi o precedente”.

Estou sentada sobre uma almofada de veludo no chão ao lado Carey, que está em uma enorme poltrona cheia de almofadas. Você pode imaginá-la como aquela criança que não conseguia dormir, que sentiu que ela não se encaixava em qualquer lugar com sua mãe irlandesa branca e um pai Africo-venezuelano ausente. Ela tinha três anos quando seus pais se divorciaram. Mas ela tinha um espírito determinado que adorava cantar e escrever músicas. Ela não se via como uma mulher que sabe a voz de cinco oitavas que tem, uma das mais identificáveis de sua geração, que a levou a produzir vários álbuns multi-platina desde sua estreia em 1990 e acumular um patrimônio estimado 565 milhões de Dólares. Seu álbum mais bem sucedido, “Music Box”, lançado em 1993 e certificado diamante, vendeu 32 milhões de cópias em todo o mundo. No entanto, seu mais recente álbum de estúdio, “Me. I Am Mariah…The Elusive Chanteuse”, lançado em 2014, vendeu uma pequena fração disso, e a última vez que ela visitou a Europa foi em 2003. Desta vez, ela quer se certificar que tudo está certo. Depois ela vai continuar a sua residência de shows em Las Vegas. “Eu amo tudo o que tem a ver com a música, eu amo o processo criativo, o meu lugar favorito é o estúdio. Eu amo escrever músicas. Para mim, isso é o melhor presente”.

Ela tem escrito canções desde que tinha seis anos. Ela costumava cantar debaixo da mesa porque ela sentiu que era a única maneira que ela pudesse se expressar. “Foi catártico”, disse ela. “De repente eu saía com uma melodia. Acontecia do nada”.

A preparação para a turnê parece menos criativa. Ela balança a cabeça. Será que ela tem uma dieta especial? Um regime de exercícios? “Sim. Minha dieta é muito sombria”. Sombria é uma de suas palavras favoritas. Ela ri. “Eu uso excessivamente palavra, porque há um monte de coisa acontecendo. Minha dieta desoladora é horrível, mas eu não quero contar a ninguém sobre isso, porque não é da conta de ninguém”. Ela parece mais magra. Seja o que for, eu digo a ela, a dieta sombria está funcionando bem. Ela afunda ainda mais para trás em seus travesseiros. “Eu só não quero que as pessoas comentem”. Parece que ela está magoada com comentários desagradáveis. Eu vi uma foto dela recentemente tomando um sorvete. “Sorvete? Não na dieta sombria”, diz ela. “Isso deve ter sido notícia antiga”.

Ela está perdendo sua voz um pouco. Eu li que ela dorme com 10 umidificadores. Ela balança a cabeça. “Eu preciso deles. Pelo menos quatro ou cinco em volta da minha cama. Eu também gostaria de ter um vapor”.

Seus filhos vão sair em turnê com ela. “Meu filho fica perguntando, ‘podemos ir no avião?’. Eles tenho viajado desde que tinham três meses de idade”.

Monroe gosta de cantar. “Ela estava cantando ontem à noite com sua amiga posso dizer que ela tem realmente um bom ouvido – ela consegue imitar o que posso fazer. Mas ela só 4 anos (quase 5) e não é justo que eu fique incentivando ela, então eu estou permitindo que ela seja quem ela é. No momento, ela prefere apenas brincar. Ela sabe que foi homenageda com o nome de Marilyn, e ela consegue reconhecê-la em fotos, mas eu não lhe mostrei os filmes ainda. Eles ainda estão na fase Disney”.

Ela teve uma gravidez difícil: pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e foi sugerido que os gêmeos nascessem com 33 semanas. Ela se recusou, porque ela não queria ser separada por uma incubadora quando eles nascessem. “Eu queria mantê-los comigo, enquanto eu pudesse, que era até 35 semanas, o que funcionou muito bem”.

Ela pisca com um olhar doce. Admiro seu anel de diamante em formato de borboleta, mas, em seguida, observo o anel de noivado. Não se parece com uma pedra, mas sim como um tijolo.

Ela conheceu Packer em Aspen, onde ela vai todos os anos para o Natal. “Ele e meu amigo Brett Ratner [diretor de cinema e produtor] são parceiros nos negócios”, diz ela, “então ele me convidou. Eu não tinha vontade de sair de casa, mas fui mesmo assim. Isso foi cerca de dois anos atrás, e eu não o vi novamente até o dia da estreia do filme. Começamos a conversar, brincando, coisas assim”. Qual é o negócio dele com Ratner? “Eles produzem filmes. Isso não é o seu trabalho todo, mas uma parte dele”.

Ela disse uma vez que crescer sem uma figura masculina forte em sua vida em uma base do dia-a-dia afetou um monte de decisões. “Minha perspectiva sobre isso mudou. Eu não acho que foi porque eu estava sem uma figura paterna, eu acho que havia muitos elementos sobre a minha infância que me fez ser quem eu sou. Algumas me fez mais forte, algumas me fez mais vulnerável. Foi um prato de combinações”.

Então, o que está em seu prato de combinação agora? “Oh meu Deus, está muito cheio”. Ela se sente feliz? “Às vezes. Você apenas tem que encontrar a comédia em tudo. Há muito absurdo que simplesmente não vale a pena dar atenção”.

“Eu tive todo o verão livre. Eu estava relaxando com as crianças. Agora, há muito coisa por vir. Eu realmente gosto de estar no palco. Eu gosto de ter uma experiência com pessoas, tentando fazê-los sentir que eles não estão apenas assistindo uma pessoa intocável. Eu quero que eles se sintam como se estivessem na minha sala de estar”.

Na verdade, o vestido que ela está usando agora em sua sala de estar, se parece mais com uma roupa de um evento do que uma roupa casual. “Eu estou vestindo porque eu fui a um evento”, diz ela, “mas eu consigo relaxar nela – é elástica”. Embora os saltos altos tenham sido dispensados, ela ainda caminha na ponta dos pés. “Desde que eu era uma garotinha eu gostava de andar na ponta dos pés, como uma Barbie. Minha babá costumava dizer que eu estava andando como uma Barbie. Eu só tinha uma, e ainda cortei seu cabelo. Então eu fui para a escola de beleza, mas desisti. Eu estava cantando e trabalhando em Manhattan, e eu não tinha tempo para essas aulas logo de manhã cedo. Mas eu sinto que eu aprendi na vida, porque eu trabalhei com quase todos os grandes cabeleireiros e maquiadores. Eu nunca uso batons vermelhos – apenas não ficam bem em mim “.

Ela descreve seu dia ideal como “deitada na praia, sem uma câmera ou um telefone, rodeado de areia rosa e de água”. Isso soa um pouco como lua de mel. São os planos para o casamento? “Isso é segredo”. Mas é algo que está acontecendo agora? Ela balança o anel para mim. “Eu não estou fazendo isso para as pessoas rirem”. Esse anel é muito hilário. “Eu gosto dele. Quando você cresce sem um monte de coisas…Eu tento não ser indiferente às coisas”. Ainda assim, ela tem dois casamentos fracassados. Será que ela não saiu machucada com a experiência? Ela parece muito séria. “Eu sou muito tradicional. Eu tenho filhos, é mais apropriado. Eu não sei se a maioria das pessoas podem se relacionar com isso, mas é assim que me sinto”. Ela não vai falar sobre o próprio relacionamento, no entanto. “Se eu começar a falar sobre essa relação, as pessoas vão interpretá-lo de sua própria maneira, então eu acho que é mais seguro para todos os envolvidos eu simplesmente não falar sobre isso”.

Ela se descreve como “satisfeita, mas também muito ocupada”. Sua voz está agora falhando de exaustão. “Eu sou uma pessoa discreta. Uma pessoa muito discreta, que, graças a todas essas câmeras, agora não tem privacidade. É uma grande coisa para mim. Sim, é irritante. Eu quero documentar essa turnê, porque eu não sei quando eu vou entrar em turnê novamente. Gostaria de poder ter documentado outras turnês eu estou fazendo isso para os fãs – eles vão adorar”.

Ela não gosta de ser persegida pelos paparazzi, no entanto. Tantas contradições. “Eu sou uma pessoa muito insegura”, diz ela, “mas eu tenho que superar isso, porque esta é a realidade da minha vida. Eu pareço melhor do que eu parecia há alguns meses, mas eu definitivamente não sou uma daquelas pessoas que diz: ‘Estou maravilhosa hoje’. Tenho que salientar que esta é uma casa alugada – Eu nunca teria iluminação superior como essas no meu apartamento em Nova York, é tudo iluminado demais, lustres, velas…esta iluminação é abusiva”.

Dita Von Teese me disse recentemente em uma entrevista que ela insiste em paredes rosa e sem iluminação superior para você parecer bonita nua. “Você ainda quer ficar bonita com roupas”, diz Carey. “Quando eu estava grávida, eu tinha uma casa com vários espelhos antigos nas paredes, então quando eu andava eu não podia deixar de olhar para mim – esta enorme mulher grávida. Eu me odiava por ter decorar a casa com todos esses espelhos. Eu estava tão brava comigo mesma”, ela ri.

Quando eu saí de lá, por volta dde 01:15, sua empresária me disse que toda a minha vida iria mudar agora que Mariah derramou a sua luz em mim. Seu pó de fada foi regado.

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