1001 Discos Para Se Ouvir Antes De Morrer é uma verdadeira bíblia da música, a coleção definitiva dos melhores álbuns dos últimos 60 anos, abrangendo desde as origens do rock ‘n’ roll até as inovações tecnológicas e eletrônicas que invadiram o cenário musical nos anos 2000. Escrito por 90 críticos e jornalistas internacionalmente reconhecidos, esta edição atualizada traz mais de 900 imagens de álbuns, bandas e artistas. Do jazz ao punk, do hip-hop ao blues, passando pelos mais diversos estilos, este guia, repleto de curiosidades e fatos históricos, é um artigo de primeira necessidade para os aficionados por música.
Abaixo você lê a crítica feita ao “Butterfly“, o único álbum de Mariah da década de 90 (o The Emancipation Of Mimi de 2005 também foi citado no livro) a figurar na lista:
“O álbum mais chocante do ano de 1997 foi facilmente “Ok Computer” (do Radiohead) – mas esse fica bem próximo.
Carey tinha previsto fazer de “Butterfly” um registro caseiro; Carey se juntou a David Morales para criar “Fly Away” (baseada em “Skyline Pigeon” de Elton John). O trabalho evoluiu, em vez disso, para um desabafo do momento que passava, o divórcio de um casamento cheio de abusos, com seu então marido Tommy Mottola, chefão da Sony Music.
A doçura dos álbuns anteriores não teve espaço, o hit “Honey” sinalizou uma mudança brusca em sua carreira. Produzido por Puff Daddy e com base nas batidas do baixo de “Body Rock” de Treacherous Three, a canção foi mais uma visita de Mariah ao estilo hip-hop – ela já havia trabalhado antes com OI ‘Dirty Bastard (em “Fantasy”, de 1995).
O rap se torna presente nas mais surpreendentes canções de “Butterfly”. “The Roof” música favorita de Carey, é baseada em “Shook Ones” de Mobb Deep. “Breakdown“, com participação de Bone Thugs-N-Harmony, revelou-se profética quando Carey teve um colapso em 2001.
Das baladas, a latina “My All” foi a de maior sucesso, mas outras são mais substanciais. “Close My Eyes” parece flertar com o suicídio. “Outside” é “sobre ser multi-racial e como se sentir como se não fizesse parte desse mundo”. Há ainda uma parceria com Dru Hill – num cover da “minha canção favorita de Prince”, “The Beautiful Ones“.
Há também momentos discretos, que não deixam de ser encantadores, como “Babydoll“, co-escrita por Missy Elliott, e a evocativa “Fourth Of July“. Durante todo o álbum, Carey reina absoluta com o incrível arsenal de melodias que consegue criar.
O que resta é um álbum em que – como capturado na foto de capa de Michael Thompson – amargura se torna beleza e melancolia se transforma em ouro.”
Fonte: 1001 Discos Para Ouvir Antes De Morrer (edição de 2005)