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Mariah Carey é a compositora mais subestimada da música pop. Enquanto as máquinas de publicidade por trás de Taylor Swift, Katy Perry e Alicia Keys fizeram questão de nos enfiar “goela abaixo” que elas são cantoras e compositoras, essa imagem de Mariah Carey aconteceu tarde demais. Quando ela estreou tudo girava em torno de seus extraordinários talentos vocais – e esse fenômeno da voz ofuscou seu outro talento igualmente vital: a composição.

Embora Mariah tenha cravado um single #1 por ano durante toda a década de 90 (15 no total entre 1990 e 2000), ela não conseguiu a notoriedade que merecia como compositora. Dos 15 #1, ela escreveu 14. A única que ela não escreveu foi um cover do clássico do The Jackson 5, “I’ll Be There”. Apesar desse feito incrível, ela não é vista como a suprema cantora e compositora que ela merece ser.

Mariah Carey se destaca como a única artista solo com 17 canções em 1º lugar como cantora e co-compositora. Os únicos compositores que estão à frente de Carey são Paul McCartney, com 32 #1 alcançados através de canções escritas para os The Beatles, Wings, ele mesmo e outros artistas. Da mesma forma, John Lennon tem 26. Max Martin tem 22, graças aos inúmeros sucessos que ele co-escreveu para os maiores nomes da música pop. Na 4ª posição, com 17, está Mariah Carey. Ela é a única mulher entre os seis melhores, e a única cantora de cada uma de suas composições.

Estatísticas à parte, Mariah Carey possui uma caneta produtiva. Sem dúvida, ela é um gênio musical e lírico. Das melodias contagiantes que ela criou que a levaram à 1ª posição dezessete vezes, às palavras contagiantes e relacionadas a elas, ela é de fato uma mestra. Além disso, ela escreveu algumas das letras mais poéticas e introspectivas da música pop. Selecionamos doze exemplos brilhantes de seu ofício impecável; um de cada um dos seus álbuns de estúdio.

“Vanishing” – Mariah Carey, 1990

Escrita por Mariah Carey e Ben Margulies

É quase um rito de passagem apresentar uma nova e grande voz com uma balada de piano despojada em seu álbum de estreia. A diferença, no caso de Mariah, era que a caneta por trás da grande voz era dela mesma. “Vanishing” foi uma introdução perfeita, sem frescuras para a voz e composição de Mariah. Ela escreveu a música quando era adolescente, mas já mostrava habilidades incríveis como letrista em uma idade tão jovem: o tema da escuridão / luz que aparece na música e o vocabulário sofisticado fazem dessa canção uma grande representação de como ela tinha sofisticado seu ofício desde a estreia.

“Getting so hard to see…
Taking the light,
Letting the darkness inside,
Swiftly,
You’re vanishing”

“Can’t Let Go” – Emotions, 1991

Escrita por Mariah Carey e Walter Afanasieff

A sacada de Mariah Carey é que ela escreve músicas que combinam perfeitamente com sua voz. “Can’t Let Go” é a balada perfeita, porque casa com seus pontos fortes como vocalista e permite que ela exiba cada emoção que está cantando. A melodia e as letras são partes iguais cativantes e sombrias para o tema da música e é isso que as torna extremamente relacionáveis. Isso é algo que sempre caracterizou a saída de Mariah.

“Just cast aside
You don’t even know I’m alive
You just walk on by
Don’t care to see me cry”

“Hero” – Music Box, 1993

Escrita por Mariah Carey e Walter Afanasieff

Quando Mariah escreveu “Hero” ela não tinha ideia do impacto que essa música teria na vida das pessoas. Provavelmente foi uma das canções mais fáceis que ela escreveu, mas também foi essa música que a identificou como um ícone aos olhos de muitos. Vinte e cinco anos depois, “Hero” ainda é uma canção que é muito útil para um fã quando se precisa lembrar de sua força interior e, como Mariah mesmo já admitiu, ela mesma ouve quando está precisando. Quando nada mais der certo, Mariah sempre estará lá para consolá-lo com sua voz e sua sabedoria universal. Um anjo, basicamente.

“You can find love
If you search within yourself
And the emptiness you felt
Will disappear”

“Underneath the Stars” – Daydream, 1995

Escrita por Mariah Carey e Walter Afanasieff

O álbum Daydream foi absolutamente um ponto de virada para Mariah como compositora, porque permitiu que ela experimentasse escrevendo coisas mais pessoais e explorasse o uso de imagens. “Underneath the Stars” foi a primeira vez que Mariah nos fez vagar com nossas mentes em um devaneio, enquanto ouvia sua voz sedosa e suave deslizando sobre uma batida de R&B dos anos 70. É uma música que combina todas as suas influências sem esforço e infelizmente é bastante subestimada.

“As we drifted to another place in time
And the feeling was so heady and sublime
As I lost my heart in you
There in the dark
Underneath the stars”

“Breakdown” – Butterfly, 1997

Escrita por Mariah Carey, Stevie J., Krayzie Bone e Wish Bone.

Quem mais, exceto a compositora suprema, faria a palavra “indiferente” dar tão certo em um refrão com tanta indiferença? Seu jogo de palavras é tão forte que complementa a técnica staccato tão perfeitamente e sem sacrificar a forte melodia. “Breakdown” está repleto de rimas internas, inspiradas no estilo do grupo de hip-hop em destaque, Bone Thugs-N-Harmony, com a assinatura de Mariah. No apropriadamente título “Breakdown”, ela tomou uma das mais dolorosas experiências compartilhadas entre os seres humanos e incorporada com palavras e sons.

“Well, I guess I’m trying to be nonchalant about it
And I’m going to extremes to prove I’m fine without you
But in reality I’m slowly losing my mind
Underneath the guise of smile, gradually I’m dying inside”

“Crybaby” – Rainbow, 1997

Escrita por Mariah Carey e Snoop Dogg

Nos anos 90, Mariah Carey era frequentemente criticada por não demonstrar emoção através de seu canto perfeitamente técnico. Com “Crybaby”, ela teve a chance de mostrar a todos como estavam errados. Mariah, fisicamente exausta, escreveu essa música para expressar sua frustração com sua vida profissional e romântica. A segunda metade da música é tão crua que é inacreditável: seus vocais gastos ainda são tão fantásticos que você também se sente exausto e em espiral enquanto ouve. É hipnotizante. Mais uma vez, ela mostra suas brilhantes habilidades narrativas, levando você a uma jornada através de sua noite de “balbuciando”, até as 5 da manhã, na “casa de seu nova amigo”, na “ponta dos pés”, para que ele não saiba. Isso parece tão real. Tipo, um post do Instagram super dramático e compartilhado antes que alguém sonhe em perceber.

“Sipping Bailey’s Cream, by the stereo
Trying to find relief on the radio (ah, what’s up?)
I’m suppressing the tears, but they start to flow
‘Cause the next song I hear is the song I wrote…”

“Want You” – Glitter, 2001

Escrita por Mariah Carey, Jimmy Jam, Terry Lewis e Big Jim Wright

Nesta vibe oitentista de 2001, Mariah apresenta uma das faixas mais rítmicas e animadas de seu catálogo. Musicalmente, é tão anos 80, graças a Jam e Lewis, mas o lançamento foi tão tarde, já no final dos anos 90/ início de 2000, graças à composição inovadora de Mariah e estilo vocal. O pré-refrão é sem falhas, staccato e repleto de rimas, acentuado com o vocabulário difícil.

“But I was timid like a child,
Inhibited and way too shy,
I’d glance but then avert my eyes,
All twisted up in my desire”

“Lullaby” – Charmbracelet, 2002

Escrita por Mariah Carey e Dre & Vidal (Vidal Davis, Andre Harris)

A Sra. Carey adora contar uma história, e “Lullaby” é mais uma prova disso. Ela define a cena e mergulha em sua memória para produzir uma longa história de quatro minutos de proporções literárias. Ela lhe dá desenvolvimento de personagens, flashbacks, imagens, alusões ao seu trabalho anterior (“The Roof”, “Melt Away”, “Long Ago”) e diálogo para enfatizar os conflitos internos e externos que tecem ao longo de seu conto tentador. Ela é a diva literária. Ah, sem falar dos arranjos!

“So familiar you know
That it actually almost feels like deja vu
Of that night on the roof
We kissed under the sky amid city lights
A sudden flashback to so long ago”

“We Belong Together” – The Emancipation of Mimi, 2005

Escrita por Mariah Carey, Jermaine Dupri, Manuel Seal e Johnta Austin

A canção de retorno por excelência, “We Belong Together”, lembrou o mundo do por quê Mariah Carey e o topo das paradas se merecem. Esse lembrete, claro, veio como resultado de uma música pop impecavelmente escrita. Irmã de “Crybaby” no sentido de que ambas a encontram definhando ao lado de um rádio, “We Belong Together” encontra o equilíbrio perfeito entre ser universal o suficiente para ser relatável para todos, embora pareça tão pessoal que sua autenticidade foi marcante e inabalável . Por 14 semanas.

“I’m feeling all out of my element
Throwing things, crying tryin’
To figure out where the hell I went wrong
The pain reflected in this song
Ain’t even half of what I’m feeling inside
I need you, need you back in my life baby”

“I’m That Chick” – E = MC2, 2008

Escrita por Mariah Carey, Johnta Austin e Stargate (Mikkel Eriksen, Tor Hermansen)

A maioria das músicas nesta lista são mid-tempos ou baladas, então vamos ter um momento para apreciar um dos melhores saltos de Mariah: “I’m That Chick.” Alguns podem revirar os olhos nos trocadilhos engraçados e espirituosos que são abundantes em todo este disco-temático, com sample do álbum “Off the Wall”, mas apenas prova que Mariah é claramente uma mestra adepta a jogos de palavras. Não há problema em se divertir às vezes, e lembrar as outras garotas que você é A cadela garota.

“Light in the sky let’s fly high
Boy I got you caught up inside of my haze
And you’re gonna be gone for days

I’m like that ooo weee
You’re fiendin to blaze up
And taste me”

“It’s a Wrap” – Memoirs of an Imperfect Angel, 2009

Escrita por Mariah Carey

Uma das poucas canções em que Mariah é a única (nova) escritora, confiando apenas no uso de um sample para completar a faixa, “It’s a Wrap” encontra Mariah revisitando um clássico de Barry White para definir a cena do que teria sido um de seus vídeos musicais mais dramáticos (ou um episódio de Maury). Acusando seu pretendente de sair tarde da noite, Mariah pinta a imagem de si mesma sentada esperando, bebendo tequila e pensativa. O clímax é glorioso, com Mariah “checando [a fechadura] no portão” e tudo mais. Não havia sofá disponível para o homem dela – ele tinha que dormir do lado de fora . Ela estava desassossegada, Martini na mão, deixando os “créditos rolarem”. É realmente maravilhoso quando uma música pode transportá-lo para a experiência da maneira que “It’s a Wrap” faz.

“Put all of your shit in the elevator
It’s going down like a denominator
Trying to keep holding on, holding on
Boy, let me go
You gonna wake my neighbors, get away from my door
That was your last shot, you ain’t coming back
It’s the Martini I mean it baby
It’s a wrap”

“Dedicated” – Me. I Am Mariah…The Elusive Chanteuse, 2014

Escrita por Mariah Carey, Chauncey Hollis, James Fauntleroy e Nasir Jones

A carta de amor de Mariah ao hip-hop, com participação de um dos reis, Nas, é, sem surpresa, bem escrita. É um groove que desliza através de paisagens musicais, sampleando WuTang, referenciando seu próprio clássico e divisor de águas (o remix de “Fantasy”), com uma entrega vocal enamorada e cheia de alma. Harmonizando e esvoaçando sem esforço ao longo de seu alcance, ela tece os limites de R&B e Hip-Hop, ou “Hip-Pop”, melhor e mais autenticamente do que qualquer um. O uso da música de uma metáfora estendida para personificar o Hip-Hop como a pessoa que ela está cantando esta canção de amor, lembra o clássico de Common “I Used To Love H.E.R”. Não só Mariah reafirma seu brilho de composição com esta joia negligenciada, mas ela afirma status como um membro genuíno da comunidade Hip-Hop.

“Tell me can you visualize
36 Chambers high
Feels like we’re there, yeah yeah yeah
The remix of a fantasy,
I hear ’em singing back to me”

BONUS: “All I Want For Christmas is You” – Merry Christmas, 1994

Escrita por Mariah Carey e Walter Afanasieff

Como poderíamos deixar isso de lado? É a maior e mais bem sucedida música moderna de Natal…e uma das experiências musicais mais agradáveis ​​de todos os tempos. Apenas exala alegria, felicidade e festividade. Tudo escrito por Mariah em seu teclado Casio, enfeitado um pouco pelo Sr. Afanasieff. Sem dúvida, para as massas, essa música vai cair como a música mais importante que Mariah Carey já escreveu. No entanto, a maioria nem sabe que ela fez.

 

É facilmente uma das músicas mais reconhecidas de Mariah Carey, e quase sempre está listada como uma das melhores músicas de Natal já escritas – mas quanto dinheiro exatamente ela ganha com a música durante o ano? O fato é que os dados confiáveis sobre o assunto são difíceis de encontrar. Um artigo no Daily Mail em 2015 afirmou  que Carey ganhou um total de £ 376,000 por ano. O artigo do Daily Mail, no entanto, não menciona se isso é meramente no Reino Unido ou Irlanda ou se é globalmente. Também não detalha exatamente de onde essas vendas vieram ou se elas são de execuções de rádio e similares.

Outro artigo, este do New York Post, diz que, ao longo de 19 anos – de 1994 a 2013 – a música fez com que ela ganhasse um total de US $ 50 milhões em royalties. Quando calculamos isso em uma base anual, é algo como US$ 3,8 milhões por ano. Quando trocamos isso por libras britânicas, isso chega a £ 2,9 milhões por ano, muito mais do que os números citados do Daily Mail.

É bem possível que os números do New York Post fossem globais, o que teria sentido, pois a música é popular apenas em alguns mercados – o Reino Unido, os EUA, o Canadá e – claro – na Irlanda. Curiosamente, no entanto, a música nunca foi #1 na Irlanda. De acordo com os números da IRMA, a versão original da música em 1994 chegou na sua posição mais alta, 3º lugar, e ficou nas paradas por um total de 28 semanas. No seu re-lançamento em 2016, alcançou o número 5 e ficou por apenas quatro semanas.

Se considerarmos o vídeo do YouTube para “All I Want For Christmas Is You”, perceberemos que a canção também está monetizando por lá . De acordo com um estudo da Rockonomic, eles estimaram que uma conta do Vevo gera aproximadamente 0.025 centavos por visualização para o artista. Então, se aplicarmos 0,025 centavos para o recorde atual do vídeo – que é 303,000,000 visualizações – obtemos um valor de US $ 757,500, e obviamente é um valor cumulativo, não anual.

A outra parte que é deixada de fora de quase todos os relatórios que descobrimos é a quantidade de dinheiro que a música faz através do licenciamento em oposição aos direitos autorais.

Os royalties são pay-per-play base, o que significa que sempre que é tocado em algum lugar, Mariah pega um cheque. O licenciamento, por outro lado, é quando a música aparece em um filme ou programa de TV – e isso varia de forma brusca. Uma busca rápida por IMDb encontrou que a música foi usada no total 60 vezes. O uso de TV de baixa qualidade, o que significa algo tocando em segundo plano ou em uma jukebox, custaria cerca de US $ 2.000 por cinco anos. Para filmes, pode ser em torno de US $ 10.000 em perpetuidade. Quanto mais popular a canção for, é claro, maior o valor que podem cobrar – e se é para um comercial, você está falando sobre algo até $ 500,000 – por ano. Apenas para adicionar à popularidade da música, foi transformado em um livro infantil e um filme de Natal.

Então, para responder a pergunta, quanto dinheiro “All I Want For Christmas is You” de Mariah Carey ganhou? Muito. MUITO MESMO.

Mariah CareyStella Bulochnikov não trabalham mais juntas, conforme foi confirmado no último fim de semana. Confira abaixo o que foi publicado pelo site Showbiz 411.

Mariah Carey finalmente escapou das mãos de sua empresária controladora, Stella Bulochnikov. Mas o que vai acontecer com Mariah, que nunca pode ser controlada por ninguém? Fontes dizem que o dançarino Bryan Tanaka, seu namorado, agora está no comando. Mas o problema é que ninguém é responsável por Mariah. Antes de Stella, Carey foi administrada por seu amigo Randy Jackson, e depois por Jermaine Dupri. Nenhum deles conseguiu colocá-la no caminho certo.

A carreira de Mariah é uma montanha-russa diferente de qualquer outra. Ficou completamente fora dos trilhos quando seu casamento com Tommy Mottola começou a desmoronar. Mottola então começou a prejudicar Carey no quando ela lançou o filme “Glitter”. Ela não teve uma boa fase, mas se recuperou com o sucesso monstruoso de “The Emancipation Of Mimi” em 2005, guiado por LA Reid.

Mas então Nick Cannon apareceu, depois os gêmeos, e assim por diante. Mariah não teve um álbum de sucesso em uma década. Um álbum inteiro – um muito bom. “Me. I Am Mariah…The Elusive Chanteuse” teve um título terrível. O resto, como se diz, foi só piorando, incluindo o divórcio com Cannon, o “romance” com o bilionário James Packer, o reality show cancelado, etc.

O que a salvou completamente foi seu hit de 1994, “All I Want For Christmas Is You”, co-escrito com Walter Afanasieff. É o seu maior sucesso, re-gravado e relançado ao longo dos anos, o maior hit do Natal de todos os tempos. Agora já tem até um filme para se juntar a ele.

Mas Mariah está definitivamente em apuros. Ela desperdiçou esses anos com Bulochnikov, que afagou o ego da estrela ao invés de melhorar sua carreira. Nesse momento, o salvador do selo da Mariah, LA Reid, saiu do negócio depois de um escândalo na Epic Records. Não está claro agora quem a gravaria e o que eles gravariam. Ela insiste em gravar músicas de hip-hop às vésperas de completar 50 anos. Sua famosa voz de “oito oitavas” foi desperdiçada.

Então, o que vem a seguir? Quem vai gerenciar Mariah? E como Mariah irá se gerenciar? Esta história não acabou ainda.

Cada dia desta semana, um membro Noisey UK vai escrever sobre um de seus artistas favoritos. Hoje, o editor Tshepo Mokoena fala sobre como há níveis para a personalidade pública de Mariah Carey.

Mariah é engraçada pra caralho. Desculpe, deixe-me reformular isso: Mariah Carey, que você conhece como a dona do Natal, é intencionalmente engraçada de maneiras que a tornam um tesouro cultural. Não tenho ideia do que o nome dela significa pra você, mas eu espero a compreensão do quanto ela tira sarro dela mesma vai estar presente aqui. Como uma estrela pop, ela acabou formada mais pelos contornos de seu single inovador (que ainda é algo ótimo) do que o salto que ela fez de uma jovem, ingênua e emocionalmente sufocada no início, para uma mulher com os vestidos brilhantes que não se incomoda em ser colocada de volta a sua própria coreografia…
Eu não vou gastar essa meu tempo falando sobre como seu registro de apito soprou minha mente quando eu tinha cinco anos (isso aconteceu, mas vamos seguir em frente). Não, o que Mariah merece é uma avaliação completa de como seu humor foi quase sempre incompreendido e assim se tornou parte central da marca dela. Mariah se afastou dos teclados pop dos anos 80 e das baladas de seus três primeiros álbuns e se aproximou das influências do hip-hop do final dos anos 90, assim como ela aprendeu a não se levar a sério demais. Entre o Daydream de 1995 e Butterfly de 1997, ela sofreu a mudança que a transformou na artista que é hoje. Claro, ela já não é uma estrela em ascensão agora, mas a pessoa que consegue rir de si mesma, poderia se divertir mais do que as mulheres da música pop eram geralmente permitidas na época. E ao fazer isso, ela demonstrava que ela – ou sua personalidade pública – era mais do que estava sendo mostrado ao público.
Então, é 1997. Mariah Carey está esticada em uma espreguiçadeira em um barco, o apresentador é Jamie Theakston. É a década de 90, por isso é totalmente normal que ele pergunte como ela se livra de um biquíni, e depois veste um traje de mergulho no seu novo vídeo “Honey”. Este é um formato da TV britânica “maluca” daquela época, onde um jornalista masculino confiante faz perguntas machistas do tipo, “você sabe que causa ereções em homens casados?”. Mas Mariah não se intimida. “Oi, eu sou Mariah Carey, e adoro Jamie”, é a primeira coisa que você a ouve dizer. “Mas ele me disse para dizer isso, não vou mentir para você”.
Ela entende a dinâmica e o papel que ela vai fazer, Então ela tá pouco se fodendo. Ao longo de sua entrevista, Mariah vai dando corda à Jamie, usando e abusando do seu sotaque. É a chance que ela tem de mostrar a diva dentro dela,  fazendo Jamie parecer um idiota que não consegue entender um simples efeito de vídeo. “Com tudo o que tinha escrito sobre ela, eu não tinha ideia do que esperar”, ele disse mais tarde, para a revista Glamour, “mas ela era inteligente, calorosa e muito engraçada. Ela é muito divertida, ao contrário de muitas celebridades, ela consegue realmente rir de si mesma. Quando ela se apresentou no Top Of The Pops, começamos um boato que ela exigiu filhotes em seu camarim e isso se tornou um folclore instantâneo sobre a Mariah”.
Esse folclore, de verdade, é o que lhe deu uma reputação de diva ou de rainha das alfinetadas. Desde sua briga no  American Idol com Nicki Minaj a pedidos extravagantes feitos nos bastidores. Mas seja nos vídeos – o remix de “Heartbreaker” e “Honey” sendo o mais óbvio – ou aquele episódio infeliz do MTV Cribs, a piada realmente esteve nas pessoas que tomam tudo o que Mariah faz como verdade. Se você viu esse episódio de Cribs, você saberá que ele possui várias mudanças de roupa e uma cena em que ela “entra no banho” em um banheiro maior do que a maioria dos estúdios em Londres. “Eu realmente não tomei banho”, disse ela anos mais tarde, em um especial da MTV. “Tipo, Oi? Eu tava de maiô, o que as pessoas realmente pensaram? Como se eu realmente estivesse me despindo e tomando um banho – acho que eles pensaram assim, porque isso já me trouxe problemas antes”.
Mariah sempre precisou saber como mudar de personalidade, como faz quando ela está falando com a imprensa, por exemplo. Sua experiência de vida dolorosa de uma criança de etnia mista que cresceu nos anos 70, inegavelmente, desempenha um papel nisso. Ela canta muitas vezes sobre isolamento e desejo de segurança, desde “Looking In”, de 1995, para “Petals”, de 1999. Eu nunca a conheci, então não posso pretender saber exatamente por que ela se transformou da mulher com vestidos pretos e cachos naturais para a figura pop de biquini do começo dos anos 2000. Mas dado como ela e sua mãe descreveram a educação de Mariah como uma imersão em uma sensação de alteridade, de serem rejeitadas por crianças brancas e negras na escola, de serem aterrorizadas enquanto viviam em um bairro branco, de tentar navegar num mundo extremamente doente – equipado para lidar com as complexidades da herança étnica mista, o humor pode muito bem ter sido um mecanismo de enfrentamento. Até parece uma história clichê: “Eu simplesmente não me encaixo!” – mas isso vai além de ser uma criança prodígio com um corte de cabelo ruim em alguém cuja identidade mais fundamental foi negada por completo.
Então, ela provavelmente se diz uma piada, que pode fazer você rir se você estiver disposto a ouvi-la. Não me entenda mal, Mariah não é uma espécie de ícone impecável. Eu não posso fingir ter acompanhado sua carreira muito depois do Rainbow. Mas ela domina a ideia de tornar-se impermeável para que você ria, se você já escreveu a parte final da piada. É como um escudo – talvez um diamante. “As pessoas pensam que tudo tem que ser tão sério, e que eu levo isso tão a sério”, disse ela, em uma entrevista sobre seu vídeo “Touch My Body”, em 2008, que conta com a participação de Jack McBrayer . “Mas nós estávamos exatamente tipo, ‘OK, nós entendemos, vamos filmar logo'”.  Ela consegue. E Você?
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