A Billboard fez uma matéria falando como a imagem de Mariah Carey era vendida erroneamente no início de sua carreira. Confira abaixo:
Quando Mariah Carey entrou no mundo da música em 1990, muitos críticos saudaram sua voz praticamente inigualável e que veio junto com a enxurrada de hits número 1. Alguns estavam menos entusiasmados, mesmo que elogiando seus talentos técnicos, mas opinando que ela precisava desenvolver uma abordagem musical mais distinta.
Se os críticos estavam certos sobre o estilo de Carey em 1990 é um assunto a se discutir, mas um ponto de vista predominante defendido por vários escritores, há 25 anos está simplesmente errado: a de que Mariah Carey é branca.
A essa altura do campeonato todo mundo já sabe que Mariah Carey não é branca – ou, talvez, mais especificamente, que ela não seja apenas branca. Ela é Afro-Americana e Venezuelana por parte de seu pai e branca irlandesa por parte de sua mãe. Mas publicações do Los Angeles Daily News, Playboy e The Herald Sun descreviam-na como “branca” durante toda a década de 90, um erro que, pelo menos, duas publicações (New York Post e USA Today) escreveram para corrigir.
Em um artigo de 6 de dezembro de 1990, o australiano The Herald Sun descreveu Carey como “a nova cantora branca norte-americana de soul com um alcance vocal de oito oitavas”. Isso está errado em dois aspectos: Além de não ser branca, a escala de Carey é de cinco oitavas.
Um artigo do Los Angeles Daily News (na edição de 08 de novembro do jornal Chicago Tribune) cometeu o mesmo erro. O artigo é principalmente sobre a Billboard mudar o nome do Hot Singles Black Chart para Hot R&B Singles (o chart agora é chamado de Hot R&B / Hip-Hop Songs), mas erroneamente menciona Carey como branca em um exemplo único. “O termo ‘música negra’ também tem causado confusão quando inclui lançamentos de artistas brancos. Esta semana, o álbum de estreia de Mariah Carey está bem colocado no chart e, nos últimos anos, George Michael teve um álbum número 1 na parada”, diz o artigo. (Aliás, o pai de George Michael era um cipriota grego, que muitos argumentam não ser branco).
Depois, a Playboy publicou um artigo sobre Carey em 1990 que a descreveu como uma “menina branca que pode cantar”, surgiram relatos do New York Post que ela ficou furiosa com o autor do artigo. Pouco depois, um porta-voz de Carey abriu o jogo com o USA Today.
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“A raiva de Mariah Carey sobre um comentário racial foi noticiado fora de proporção, disse a porta-voz da Columbia Records Judy Womack”, disse o artigo do dia 20 de novembro de 1990, do USA Today. “Na sexta-feira, o New York Post informou que Carey estava pronta para ‘quebrar a cara do [crítico de música negra] Nelson George’ porque ele a chamou de ‘menina branca que pode cantar’ em um review de seu álbum auto-intitulado para a Playboy….’meu pai ficou muito chateado’, [Carey disse]. “Parece que a maioria das pessoas não sabe muito sobre crianças interraciais. Womack disse que a citação foi tirada de contexto, e que Carey e George são amigos”.
O The New York Times, pelo menos, tinha uma coisa certa para falar sobre Mariah no início de sua carreira. Em um artigo de fim de ano, no dia 26 de dezembro, o The Times observou que “a cantora de 20 anos, que tem uma semelhança vocal com Whitney Houston, [mostra] o tipo de talento que poderia ter um verdadeiro poder de permanência comercial”.