DUBAI // “Estamos de volta a véspera de Ano Novo… Mas dessa vez, será como eu planejei“, disse Mariah Carey antes de cantar “Emotions” no Dubai Jazz Festival.
O concerto de ontem (23/02) foi o primeiro show público de Carey desde o episódio trágico no “Dick Clark’s New Year’s Rockin’ Eve”, no qual a cantora lutou para fazer algo no palco enquanto seu ponto eletrônico não funcionava.
Sentia-se um misto de alívio e “arrogância” por parte da cantora, que marcou um gol de placa ao atingir as notas estratosféricas de “Emotions”. Em seguida veio a outra música que ela “cantaria” em 31 de dezembro – “We Belong Together“. A mensagem era clara: não escreva nada antes de realmente me ouvir.
O show, realizado no Dubai Media City Amphitheater, parece ter sido calculado para impressionar a crítica americana no momento em que a estrela entrará em turnê com Lionel Richie. Nesta noite não houveram percalços, nem falhas.
Havia, no entanto, muitos traços da diva Carey – Nas pausas, normalmente a cada duas músicas, a cantora interagia com o público.
No palco por tímidos 80 minutos – com um troca de roupa – Carey mudou um pouco a estrutura do show. Isso incluiu não ter suporte para o microfone, sentar num “banquinho” para cantar uma das músicas – e cantar um cover dos Jackson 5 sem a presença do pequeno Michael no telão (em seus últimos shows ela trazia o cantor como participação no telão) : “Geralmente temos o pequeno Michael cantando nas telas”.
Ela chamou a atenção do público por duas vezes. “Alguém está fumando, quem está tentando me matar, por que você quer fazer isso?” – perguntou. “Apenas um pedido – talvez seja melhor vocês jogarem os cigarros fora”.
E quando seu spray vocal não chegava a tempo, Carey persuadia o público a ajuda-la a pedir o item. Eu perdi a conta do número de vezes em que a cantora se dirigiu ao fundo do palco para tomar “um gole” de refresco.
Isso foi Carey em toda sua glória – um lembrete de como os artistas pop de antigamente ainda tinham personalidade – e vendiam dezenas de milhões de discos.
O catálogo de Carey, com 18 canções #1 – um recorde apenas superado pelos Beatles -, foi parcialmente esquecido. A cantora mesclou seus grandes hits com músicas que os fãs gostam, entre elas “Always Be My Baby” e “Vision of Love”, seu single de estreia.
Carey se deslizou para cima do piano de cauda – só depois do mesmo estar bem limpo – para cantar o hino “Hero”.
Não houve “bis”, e Carey não teve tempo (em festivais os shows tem horário para começar e acabar) para cantar outro grande sucesso, “Without You”.
O show serviu para mostrar que o episódio da véspera de Ano Novo foi “só” aquilo, um susto. Carey continua excêntrica, inimitável e imutável como sempre – e sua voz continua “no ponto”.
Fonte: The National