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TRL

O primeiro single do “Glitter”“Loverboy”,  trilha sonora do primeiro longa de Mariah Carey, foi uma mistura de conceito e confusão musical. A essa confusão foi, infelizmente, transferida para o clipe da música – havia corridas de carro, o rosto de Mariah Carey sobrepostos, calotas e shorts muito curtos e algumas danças cafonas.

Tudo apontava para uma grande mudança na vida de Carey, que começou o ano de 2001 com mensagens estranhas de áudio em seu site oficial, uma aparição memorável e icônica, porém nada planejada no programa TRL da MTV, e a saída da Columbia Records. Na época, a jovem Mariah Carey, aos 30 anos,o assinou um contrato de 100 milhões de dólares com a Virgin Records para lançar cinco álbuns, o contrato mais caro da indústria fonográfica até então.

Anos mais tarde, Carey revelou que ela sofre de transtorno bipolar, e muito de seu comportamento naquele ano sinalizou para o sofrimento emocional que ela sofria durante o período.  Em 2001, Carey era uma megastar que lutava para se redefinir como artista e como mulher. Quando “Loverboy” foi lançado, ficou claro que ela ainda não tinha encontrado completamente o caminho certo.

O lado positivo é que “Loverboy” ainda se destaca como um dos vídeos mais memoráveis ​​de Carey, mesmo que não seja necessariamente pelas melhores razões. Veja abaixo o lado bom e o ruim de “Loverboy”:

 

O Lado bom:

Ele vendeu bem: os críticos podem tê-lo considerado desajeitado, sem originalidade e estranho, mas “Loverboy” ainda era a música mais vendida de 2001 nos EUA, apontando para o poder de estrela dominante de Carey. 

Sample de Cameo: Você não pode exagerar o brilho do grupo funk, Cameo. E qualquer um com o bom senso pode dizer uma de suas melhores músicas é“Candy”, e mereceu destaque por estar ali.

Larry Blackmon no vídeo: O vocalista do Cameo, Larry Blackmon, participando do clipe ao lado de Da Brat.

  • O Lado Ruim

Foi o primeiro fracasso comercial de Carey: Sim, apesar de ter o single mais vendido de 2001, porém “Loverboy” também foi o primeiro lead single de Carey que não conseguiu chegar ao 1° lugar do Billboard Hot 100. A música conseguiu somente chegar ao 2° lugar na parada, que apesar de uma excelente posição, foi considerado um desempenho ‘baixo’ para a maior estrela pop da música da época.

Mariah Carey dançando: Apesar de ter um bom coração, Carey não é uma boa dançarina e isso é revelado nesse vídeo. Em todos as cenas que ela aparece dançando de forma erótica em cima de um carro ou na pista de corrida, são muito ruins. Se você notar, a maioria desses desses frames são exibidos em câmeras lenta, provavelmente para ajudá-la a pegar o ritmo.

Glitter: o drama musical romântico de Mariah Carey, Glitter, é um dos piores filmes vistos nas últimas duas décadas, ao lado de Gigli, o horrível e bizarro filme de Jennifer LopezBen Affleck. Glitter foi duramente criticado por causa do enredo brega e das fracas atuações do elenco, tornando-se alvo de muitas piadas na cultura pop nos últimos anos. Consequentemente, Carey lutou para se reerguer após o fiasco do filme, que foi considerado o inicio de sua queda de popularidade. Claro, agora sabemos que isso está longe de ser verdade, ela deu a volta por cima em 2005 com o álbum  The Emancipation of Mimi, que além de ter sido considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos, também foi considerado o ‘comeback’ mais icônico da história da música pop.

  • O lado sujo

Mariah Carey foi vítima de sabotagem de Jennifer Lopez  e Tommy Mottola na ocasião. A gravação original de ‘Loverboy’ possuía samples da faixa “Firecracker”  do grupo Yellow Magic Orchestra.  Porém, com intuito de fracassar a ida de Mariah Carey para Virgin Records, o ex-marido de Mariah, Tommy Mottola e sua nova contratada, Jennifer Lopez, roubaram o samples original da canção de Mariah. Eles foram atrás dos direitos para usar o sample um mês após Mariah ter finalizado a canção. Ao descobrir o roubo, Mariah mudou o sample da canção de última hora para ‘Candy’ do grupo Cameo. Então Mottola usou o sample roubado para o single de Lopz, a canção ‘I’m Real’. Falando sobre roubos durante o projeto do Glitter, chefe da Murder Inc., Irv Gotti, disse que Mottola realmente disse a ele para criar Murder Remix de “I’m Real” de J. Lo para soar exatamente como outra música do Glitter, a faixa“If We“, que contou com a participação de Ja Rule e Nate Dogg. Poderia ser por isso que Mariah Carey não conhece a J. Lo?

 

Comportamento estranho:

Aliado ao lançamento do Glitter, mais controvérsias surgiram por causa do comportamento controverso de Carey, que sem dúvida impactou negativamente a recepção de “Loverboy”. Ela começou a postar sobre mensagens em seu site, incluindo uma que dizia: “Estou tentando entender as coisas na vida agora e por isso não sinto que deveria estar fazendo música agora”. Ela também fez aparições bizarras na  TV , incluindo uma surpresa  no TRL da MTV, em que ela exibiu comportamento bizarro – ela saiu empurrando um carrinho de sorvete e distribuindo picolés para plateia, antes de fazer um strip-tease. A aparição atraiu muita atenção, assim como uma tarde de autografos no loja Tower Music, onde foi contida por sua assessora, Cindi Berger. Menos de uma semana após isso, ela foi hospitalizada por exaustão mental e física grave. Como resultado, o lançamento do Glitter, filme e trilha-sonora, foram atrasados.

 

O lançamento oficial da trilha-sonora caiu no 11 de setembro: Uma infeliz coincidência, a trilha sonora de Glitter foi lançada em 11 de setembro de 2001, aumentando ainda mais sua história de desastre.

Fonte:  The Boombox

 

Na próxima terça-feira, Mariah Carey estará no TRL, famoso programa da MTV que fez história na década passada, divulgando as datas de seus novos shows e falando sobre seus novos projetos.

Fonte: MTV USA

Quando eu imagino a melhor (celebridade) candidata para estrelar um reality show, eu imagino alguém que possui uma grande confiança em seu taco e também é muito sem noção de tempo e espaço. Ninguém vai querer assistir um reality show de alguém que tem hábitos racionais e normais. Então, é completamente apropriado que uma diva do porte de Mariah Carey tenha seu próprio reality show. Apropriadamente batizado de ‘Mariah’s World’, o programa vai mostrar os bastidores da turnê mundial da maior de todas as divas e também a sua residência em Las Vegas.

Eu tenho grandes esperanças que este programa será algo grandioso, especialmente quando me lembro do icônico episódio dela para o MTV Cribs, que ela fez 15 trocas de roupa. Se alguém tem capacidade para distrair os norte-americanos com seus problemas pessoais e amenidades, este alguém é Mariah Carey.

Conheça abaixo os 5 razões porque não podemos deixar de assistir a este reality show:

Em 2001, um pouco antes de ir para clinica de reabilitação após sofrer um colapso nervoso, Mariah levou um carrinho de picolé para o TRL

Sim, isto é 100% verdade. Em 2001, Mariah levou um carrinho de picolé para o TRL sem aviso prévio, porque ela disse que precisava distribuir picolé para seus fãs. Alguns dias depois, ela foi internada numa clínica de reabilitação por ‘exaustão’. Isto prova que ela tem um senso de humor incrível para televisão.

DemBabies e Nick Cannon

Eu tenho não ideia se os Dembabies ou Nick Cannon (seu ex-marido) farão aparição no programa, mas as fotos dos gêmeos no Facebook me fazem ter esperança que teremos bons momentos em família no documentário.

Ela estava maravilhosa no HSN

Mariah Carey fez o Home Shopping Network parecer muito mais divertido quando fez suas inúmeras aparições por lá em 2010. A diva estava completamente relaxada na frente das câmeras.

A icônica alfinetava em Jennifer Lopez

Pessoalmente, eu sou fã da Jennifer Lopez, mas existem poucas rivalidades que realmente são divertidas em Hollywood. O fato dela ‘não conhecer’ J-Lo é algo muito divertido, e funciona adequadamente para um programa de TV.

Sua obsessão por borboletas, lustres e problemas com iluminação florescente

Seu ódio por iluminação fluorescente, fez Mariah Carey parece gente como a gente. Seu amor por coisas boas da vida, necessidades de lustres extravagantes e jóias com desenho de borboleta garantem que o programa será muito fútil e ao mesmo tempo muito divertido.

Fonte: The Frisky

A psiquiatra Dra. Shenitta Moore, deu uma entrevista para o site The Boombox falando sobre como as experiências de vida de Mariah Carey influenciaram as composições da cantora. Confira abaixo.

É difícil imaginar que Mariah Carey não seja uma Diva. Esse jeitão todo pomposo, a forma como pisca os olhos sensualmente, os decotes sempre presentes em suas roupas e, claro, a voz mega potente. Porém, ela já foi uma cantora de 19 anos em ascenção, com um sonho e uma fita demo nas mãos.

A cantora de Nova York teve um empurrãozinho da sorte na sua jornada – e algumas pessoas influentes na indústria da música – no final dos anos 80. Mariah teve como mentora a cantora Brenda K. Starr e assinou um contrato com o presidente da Sony Music, Tommy Mottola, mas apesar de seu apoio profissional, seu auto-intitulado álbum de estreia estava cheio de seu alcance vocal de cinco oitavas e a acessibilidade de seu conteúdo, competindo com algumas das mais fortes cantoras na música Pop.

Carey é uma ‘artista de diário’. Enquanto muitos fortes cantores Pop recrutam compositores para garantir um sucesso, ela concedeu à seus ouvintes o acesso aos recessos mais profundos de sua psique através de suas letras. Suas experiências – que giram em torno predominantemente do amor e dos relacionamentos – tornaram-se nosso pelo consumo através de cada vez que ouvimos.

Seu álbum de estreia, “Mariah Carey”, lançado em 12 de junho de 1990, marca o início de seu debut explícito e vulnerabilidade pública. Foi a primeira vez que expôs o seu diário, que revelou anotações em seu estado de espírito e desenvolvimento emocional.

A Dra. Shenitta Moore, psiquiatra da Universidade de Louisiana e do Hospital Ochsner, em New Orleans, tem sido uma fã da arte de Carey desde que ela surgiu no cenário musical por causa de sua ligação com o conteúdo. Como uma profissional cuja carreira gira em torno de explorar as emoções dos outros, ela admira um artista que pode expressar suas próprias emoções tão profundamente.

“Com canções, você tem quatro minutos para chegar ao ponto, enfrentar e articular o as emoções que você está tentando transmitir em um período muito curto de tempo. E ela o torna acessível. Ela é capaz de ganhar a empatia”, diz Moore à The Boombox. “É incrível”.

Então, onde ela estava, psicologicamente, neste momento de sua vida? “Ela tinha cerca de 20 anos de idade. Nesse ponto, nós realmente ainda não sabemos quem somos. Ainda estamos estabelecendo nossas identidades. Além disso, ela tinha um monte de pressão sobre ela”, diz Moore sobre Carey ter sido jogada aos holofotes e alcançado rapidamente a fama. “O mundo inteiro iria ama-la ou duvidar dela neste momento e isso pode constranger alguém. Há muita ansiedade em torno disso”.

A entrada de Carey no mundo do Pop e do R&B foi como uma história de Cinderela. Ele começou com sua fita demo, mas assim que Mottola pôs as mãos nela, uma equipe de músicos bem experientes adicionaram seu tempero ao pote para criar um projeto que foi nove vezes disco de platina e rendeu quatro singles número um, nos EUA. Ela estava no centro de todas as músicas, no entanto. Sua energia criativa, para o período do ano em que ela estava gravando, estava em uma alta insondável.

“Artistas em geral são, por vezes, propensos ao transtorno bipolar”, diz a Dra. Moore, explicando como episódios assim pode desencadear explosões de criatividade energética em pintores, escritores ou músicos. “Quando as pessoas estão assim, elas podem ser muito produtivas, criativas. Elas podem ficar de pé por dias e ainda têm toneladas de energia, com um senso inflado de si mesmos”.

Seu álbum de estreia pode muito bem ter refletido essas explosões criativas, bem como indecisa entre uma série de emoções, de acordo com Moore. De excêntrica em “Vision Of Love” à despedaçada e com o coração partido em “I Don’t Wanna Cry”, ela revela a complexidade das relações.

Em “Vision Of Love”, Moore diz que Carey cria uma ilusão sobre o amor, o que é bastante típico para pessoas em torno dessa idade. “Ela tinha – como todos nós – estas ideias grandiosas sobre o que é amor.Ela é esperançosa e idealista”, diz ela. “E em um lugar muito bom”.

E, embora haja ideias sobre relacionamentos superficiais, Mariah Carey contém introspecção, bem como, indicando maturidade. Carey lamenta a perda de um relacionamento em “I Don’t Wanna Cry”, último single do álbum. “Ela expressa nesta faixa uma percepção de que ela não pode mais sacrificar a sua felicidade por causa de uma relação. Um tem que lamentar a fim de lidar com qualquer tipo de dor. Tentar ignorar esse processo poderia apenas fazer com que ele apareça 10 vezes mais forte quando você está lembrado disso em algum ponto da estrada”, disse Moore.

A cantora leva de volta seu poder na otimista “Someday”, onde ela abandona sua mágoa e promete seu ex que ele vai se arrepender do dia em que ele foi embora. “Muitas vezes as mulheres se culpam por que um relacionamento não deu certo. Isso pesa sobre a auto-estima. E, em seguida, uma vez que acabou, ser capaz de obter a confiança de volta é muito importante”, diz Moore sobre as letras convencidas de Carey. “Ela parecia realmente se conhecer e saber do seu valor. Nem todo mundo tem essa auto-consciência e percepção aguçada aos 20 anos”.

“Mariah Carey” foi seguido por vários outros álbuns de platina que mostrou seu padrão de acessibilidade emocional, mantendo uma sensação de inocência. Não ser uma persona publicamente sexual permitiu mais espaço para conteúdo. Quando o casamento de Carey com Mottola terminou em 1998, no entanto, houve uma mudança muito tangível.

“Há as etapas habituais do luto – raiva e negação para citar algumas – quando alguém sofre uma perda”, explica a Dra. Moore sobre separação de Carey e Mottola. “Mas parece que ela realmente começou a exercer sua independência. Ela parecia muito mais feliz. A música que seguiu com  seu divórcio foi, talvez, uma declaração de quem ela realmente é”.

Moore reflete sobre projetos que seguiram após seu divórcio em 1998 – “Rainbow” e sua compilação “#1’s”: “Ela estava se vestindo de maneira específica. Ela tinha feito suas pequenas cirurgias. Ela estava mais velha e havia um sentimento de auto-aceitação também. Ela cantou e escreveu com mais alegria, faixas mais divertidas. Se a arte imita a vida, ela estava definitivamente livre”.

Enquanto sua confiança pode ter atingido o pico naquela época, seu “colapso” refletiu alguns anos mais tarde o esforço excessivo físico e emocional. Exaustão, bem como o fracasso global de “Glitter” – um projeto de filme e álbum tão pessoal para ela – pode ter sido o que a empurrou para o abismo. “Glitter” refletiu uma parte da própria história da vida de Carey, a recepção tão azeda do projeto poderia parecer até mesmo que ela, como pessoa, estava sendo rejeitada.

A Dra. Moore afirma que quando um artista que investiu demais em sua carreira sofre o que eles consideram um fracasso, depressão, ansiedade ou ataques de pânico podem ocorrer. “Essas coisas são muitas vezes situacional, assim nós os chamamos de transtornos de ajustamento. É quando há um estresse reconhecível e o comportamento pode diminuir quando o estresse é aliviado”.

Lembra daquele episódio do carrinho de picolé no programa TRL da MTV, em 2001? Ao promover “Loverboy”, um single da trilha sonora de “Glitter”, Carey desfilou  num figurino minúsculo, distribuindo sorvetes e falando de forma irregular. As brincadeiras aleatórias sem sentido são o que a Dra. Moore chama de “pensamentos acelerados” e indica um alto nível de ansiedade e, por vezes, a privação do sono.

“Ela estava inquieta e não conseguia ficar em um só ponto. Então ela começou a tirar a roupa”, diz a Dra. Moore. “Quando alguém é maníaco, juntamente com o senso de si inflado e impulsividade, eles podem ser hipersexuais. Eles podem ser mais graciosos, agir proativamente, até ser promíscuos”.

Carey se internou pouco depois do incidente, mas independentemente de como a mídia a ridicularizou, a explosão não era incomum para uma artista de sua magnitude. Especialmente aquela que dedicou sua vida à criação de arte para o público.

“Diz-se frequentemente que as mulheres são histéricas, que tem sido sempre um problema”, diz a Dra. Moore sobre estereótipos de gênero quando se trata de doença mental. “O problema de Mariah é visto como sendo ‘loucura’, enquanto talvez ela estava realmente apenas privada de sono e exausta e precisou ir para o hospital”.

Desde que seu álbum de estreia foi lançado há 25 anos atrás, através de seus vários relacionamentos e até os dias de hoje, a fórmula de Carey para a sua música evoluiu em destreza lírica e estilo vocal. Ela teve uma quantidade sem precedentes de singles que quebraram recordes que artistas sonham em alcançar. Ainda assim, nós tendemos a nos concentrar em seus momentos mais fracos e mais expostos. É o suficiente para deixar alguém meio maluco.

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