Não era a ligação que eu esperava receber numa tranquilo noite de domingo de um mês de agosto, com aquele sono pós jantar, meu iPhone mostrou a mensagem “número desconhecido” na tela.
“É James Packer aqui”, disse a voz, um pouco tensa, no outro lado da linha.
Pego desprevenido, eu apenas respondi com um “James?”, tempo suficiente para organizar meus pensamentos. Eu olhei com certa estranheza para meu parceiro, me levantei do sofá, peguei meu notebook, e comecei ali o que seria uma das conversas mais estranhas que tive em toda minha carreira de 27 anos como jornalista.
Packer tinha se ofendido com a minha coluna do dia anterior. Ele me ligou (pela primeira vez em duas décadas fazendo cobertura sobre ele) para deixar absolutamente claro, que sua relação com sua noiva, Mariah Carey, era real, e que eles tinham um relacionamento apaixonado. Na verdade, ele teve o cuidado de expressar sua admiração não apenas para a mulher, mas para a artista, também né, ela é a cantora pop que mais vendeu álbuns na América.
Ele fez questão de ter certeza que eu tinha ouvido a sua mensagem, em alto e bom som. Porém, pelos ruídos a fundo, eu poderia dizer que ele não estava sozinho, embora eu nunca vou ter a certeza se era Carey quem estava lá.
Eventualmente nós concordamos em nos reunir em seu escritório em sua próxima visita a Sydney, em poucas semanas, para coincidir com a comemoração do 50º aniversário de sua irmã mais velha, Gretel Packer. Ele me assegurou: “você estará completamente seguro”, quando eu o lembrei sobre como foi nossa última reunião frente a frente. Durante esse encontro, ele disparou uma saraivada de palavrões contra mim, isso, exatamente há quatro anos atrás.
Na sequência de nossa conversa, comecei a receber uma série de mensagens de texto e e-mails, o tom era de: “este é um ato de guerra” para “eu quero que sejamos amigos”. Ele mesmo compartilhou alguns de seus vídeos favoritos da Mariah, incluindo aquele onde Mariah canta com Luciano Pavarotti (Hero).
Poucos dias antes de nossa reunião planejada fui informado pelo escritório de Packer que o encontro fora cancelado, pois Packer teria uma reunião de negócios em Israel. Isso foi há dois meses atrás.
Packer nunca chegou a fazer a tal festa de aniversário de sua única irmã e também não respondeu mais as minhas mensagens (esta semana) sobre sua separação de Mariah Carey. De acordo com a declaração da cantora pop, na sexta-feira, o término se deu depois de uma briga durante as suas férias na Grécia, que não foi muito tempo depois da minha conversa com Packer.
De acordo com a declaração de Carey, eles não se viam desde a a tal briga (na Grécia). Packer e Carey acreditavam que se reencontrariam nos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, relatos vieram à tona em todo o mundo sugerindo que as coisas não estavam indo bem para o casal. Uma história, mais tarde negada por Carey, afirmou que durante uma briga, particularmente explosiva entre o casal, Mariah teria atirado pela janela o notebook de Packer, que estaria ouvindo Crazy In Love, da Beyoncé.
“Um completo absurdo”, teria dito o braço-direito de Packer, o ex-sindicalista e grande figura do Partido Trabalhista, Mark Arbib. Ele me disse na época que recebia, em média, 10 ligações por dia sobre esses tais rumores. Claramente seu patrão estava doente com tudo isso.
Na verdade, ninguém sentia mais o peso de se estar ao lado de uma grande estrela como Mariah Carey, do que Packer.
No entanto, dada a sua (Carey) propensão em partilhar seus momentos mais íntimos para a câmera, seja se banhando em milhões de dólares em diamantes – alguns deles dados por Packer – no Instagram, ou falando sobre seu casamento, ou ainda em seu vindouro reality show (onde seremos aquela tal mosquinha observando tudo), tal escrutínio claramente vem com o território.
Fonte: The Sidney Morning Herald